Por Sergio da Motta e Albuquerque
A votação pelo Parlamento Alemão do pacote de socorro do Euro será no dia 7 de Setembro. Se a Câmara Alemã rejeitar as medidas (440 bilhões de euros) de salvação da moeda, por violação da Leis do Tratado ou por colocar em risco a soberania fiscal da Alemanha, o "perigo é de um incêndio instantâneo através da União Europeia", diz o "The Telegraph".
A mídia alemã informou que as ultimas mostras das votações no parlamento indicam que Angela Merkel já perdeu apoio de seu partido, e da coalizão no poder. Isto significaria ter que apoiar-se na oposição, arriscando um colapso do governo.
O Banco Central Europeu tem sido criticado por ter comprado grandes porções de títulos das dívidas de países do Sul da Europa, agora com as finanças em ruínas. Sua ação tem sido considerada, dentro da Alemanha, como anti-democrática.
A verdade é que a Alemanha, a única potência europeia em boas condições macro-econômicas, acabou por virar a tábua de salvação de toda a Europa do Sul. O que deixa a União Europeia num jogo de soma-zero: o que um ganha é o que o outro perde. O norte da Europa não pode vir em socorro todas as vezes que os países menores estiverem em dificuldades. A Alemanha não é o banco central da Europa...
Mas uma realidade se impõe: se os alemães tivessem sido mais generosos com os gastos das poupanças das famílias dentro da própria Europa, esta não estaria agora em situação tão frágil. Por outro lado, os países em má-situação no Sul da Europa deveriam ter sido mais prudentes com o endividamento maciço de todos eles, ancorados nas baixas taxas de juros dentro da Zona do Euro. Em outras palavras, a Alemanha, junto com outras economias no Norte da Europa, serviram como avalistas para empréstimos com taxas de juros incompatíveis com as realidades econômicas de Portugal, Espanha e Grécia, principalmente.
(com a colaboração do "The Telegraph")
29/08