Por Sergio da Motta e Albuquerque
Foi isso o que disse o grande cineasta Federico Fellini, durante as filmagens de "Roma", em 1969. Foi exibido no Brasil , três anos depois (naquele tempo era assim.... Quanta saudade eu sinto do mundo antes da globalização.....) Fiquei boquiaberto, na época: o que o velho relutante vitelloni (boa vida) não-assumido, o eterno menino que tem uma das mais criativas filmografias do mundo quis dizer com isso?
A resposta veio ontem, dia 21, no programa "Em Pauta", da rede globo, as 8 horas da noite. O assunto do dia na mídia foram as lulas que fazem sexo com "o mesmo sexo". Saiu no New York Times e causou furor. O Dr. Dr. Hendrick J. T. Hoving, que vem estudando o comportamento sexual desses animais, descobriu que parte do processo reprodutivo delas é o sexo com o mesmo sexo. Elas são minúsculas, e vivem muito longe uma das outras, e quando encontram qualquer animal da mesma espécie, descarregam (os machos) esperma na primeira lula que vier. Macho ou fêmea.
Foi o que bastou para Jorge Pontual e suas convidada, na Globonews, na quarta, dia 21, concluirem que o comportamento dos moluscos pode ser comparado aos dos humanos. E foi isso o que ele fez : saudou a nova era, com suas novas experiências, e o "fim dos preconceitos". Mas quem leu o artigo todo sabe que isso era tudo o que o professor queria evitar:
"Eu sabia que isso poderia acontecer", disse o cientista :
“A lula não tem discernimento sobre orientação sexual”, ele insistiu, “e que um invertebrado com tentáculos que atira esperma na carne de outro macho não tem nada a ver com comportamento humano” ele disse literalmente ao New York Times”.
Não só ele, mas a bióloga da Universidade da Califórnia (Riverside), Marlene Zuck também concorda. Ela vem estudando a evolução do sexo entre o fenômeno da evolução do sexo entre o mesmo gênero e seu papel na reprodução Mas o repórter da Globo afirmou com veemência que o comportamento dos moluscos era indicativo de uma forma de sexualidade que nada tem a ver com a da reprodução. Olhem o que o politicamente correto, e os modismos passageiros fazem: hoje é legal ser homossexual. Tá na moda.
Eu não tenho nada contra, e nunca fui homofóbico. Mas a pesquisa foi manipulada para corresponder às conveniências de uma certa moral contemporânea, por parte da imprensa. Na realidade do dia-a-dia da ciência, seu verdadeiro resultado, segundo o racional e lógico Telegraph de Londres, somente significa que elas comportam-se assim somente pela profundidade, que as impede de ver o sexo do outro(a)...Se não os machos não depositarem esperma em todas as lulas que puderem, a espécie fica ameaçada de extinção. Eles fazem o que fazem tentando acertar uma fêmea. Mas não podem dar-se ao luxo de livrar a cara de ninguém...É isso, ou extinção. Além disso, eles morrem, depois de passar o esperma.
Na realidade, o que observamos é que o sexo com o mesmo sexo (em nenhum momento os estudos falam em homossexualismo - que envolve discernimento do sexo do outro, ao contrário do que as lulas fazem...) tem um papel na reprodução. Mas este papel varia de acordo com a espécie. Em algumas, o mesmo funciona como limitante a explosão populacional. Para outras, a inseminação traumática (é esse o nome) é o único jeito. Como no caso de alguns insetos, que injetam esperma em outros machos e destroem o esperma dos "traumatizados"...O esperma destes morre. Ele então acasala com a fêmea , mas passa o esperma do seu invasor. Não houve "sexo", com o entendemos. Só se for em termos meramente reprodutivos inconscientes. Como nas espécies mais inferiores. Houve trauma, e força. Necessidade suprema de reproduzir seus gens. Comportamento reprodutivo de espécies pouco complexas. A pergunta é: nosso comportamento pode ser comparado com animais invertebrados, inconscientes e sem discernimento de sua sexialidade. O que somos nós? Puro impulso animal, como as espécies da fauna planetária? Recuso-me a aceitar etologia em humanos. É coisa do século passado.
A etologia é uma disciplina da zoologia e foi muito empregada no século passado para tentar entender o comportamento animal. Mas ainda há quem pense que ela pode ser aplicada aos humanos...
A etologia é uma disciplina da zoologia e foi muito empregada no século passado para tentar entender o comportamento animal. Mas ainda há quem pense que ela pode ser aplicada aos humanos...
Se quisermos realmente entender, sem ideias preconcebidas, o papel do sexo com o mesmo gênero na reprodução humana, temos que evitar agendas de comportamentos que estão na moda, e tentativas de explorar os limites do próprio homossexualismo, transformando-o numa regra, e não exceção, como realmente é. A sociedade perdeu uma grande chance, graças a uns tantos engraçadinhos, e a outros interessados em defender interesses de grupos específicos. Repito que nada tenho contra eles. Só não acho certo usar o comportamento homoafetivo como adereço social. Como enfeite em personalidades tresloucadas destes novos dias, que nada tem de homossexuais, mas exploram a coisa para ganhar aceitação da sociedade. Isto tem se repetido exaustivamente desde a década de 1990.
Os cientistas vieram com uma proposta séria, mas a imprensa, ou boa parte dela, leu assim porque interessa a sociedade, neste momento. Agora eu entendo o que o cineasta italiano quis dizer quando disse que "no ano 2000, todo o mundo será homossexual". Ele não estava sendo literal. Não somos todos homossexuais, hoje, em 2011. Mas eu acho que não precisamoa mais tentar entender o que quis dizer Fellini. Já ficou mais ou menos óbvio....