Última Dança

Lamentável a morte de Donna Summer, semana passada e Robin Gibb, domingo último. Mesmo para quem 'odeia' música disco. Foram-se os dois semana passada. Eu sempre fui um crítico inimigo deste tipo de música. E um tremendo hipócrita. Pois na juventude cultuava "I started a Joke" e "Massachusetts ". E já dancei muito ao som da Donna Summer.


Mas em roda de amigos, eu os desprezava. "Coisa pra dançar", eu dizia com desdém. "Coisa melosa e adocicada demais. Dá cárie, de tão doce!". pregava eu, na minha sabedoria de vinte e poucos anos. Mas, depois que escurecia, nos finais de semana, eu "me acabava" ao som dos Bee Gees, e da Donna Summer. Além de outros. Depois, na  meia-idade, emocionei-me até as lágrimas, com "Sad Eyes":


"Olhos tristes, olhem noutra direção,
"Não quero te ver chorar"
Olhos tristes,nós sabíamos que o dia chegaria,
em que teríamos que dizer
Adeus".


É sobre 'sexo casual' (coisa que a ciência já provou que não existe), e a dor que as vezes ele pode trazer para quem acredita em amor.


E eles foram embora para sempre. De que adianta agora louvá-los? Eles não estão mais aqui. Eu neguei os dois. Eu amei os dois. E eles fora embora assim mesmo: sem a 'última dança' (Last Dance). É preciso declarar nosso amor em vida. Sempre. Ou auto-condenar-se à hipocrisia. Eles são pedaços de nossas vidas. Renegá-los é matar o que amamos. E eles vão embora levando um pedaço de nós, que nunca ninguém conheceu. Pena. Os homens em geral são uma pena. Um desperdício.


Não vai haver a "Última Dança".