Por Sergio da
Motta e Albuquerque
Estreou no dia 15 deste mês o filme “A Busca”, com Wagner
Moura e direção de Luciano Moura ( que não é parente do Wagner). Segundo o IG, trata-se de um roteiro bastante convencional. A película
conta a história de um casal em separação e a repercussão da situação no filho
adolescente. Diz o site:
“Wagner Moura é Théo, um homem controlador que está se
divorciando da mulher, Branca (Mariana Lima), e encontra cada vez mais
dificuldades para se comunicar com o filho, Pedro (o estreante Brás Moreau
Antunes, filho do cantor Arnaldo Antunes). Em seu aniversário de 15 anos, o
garoto adota um cavalo e foge de casa. A atitude faz Théo sair em uma viagem
desesperada à sua procura.”
O filme apresenta alguns lugares-comuns (como a cena em que
Théo faz um parto em “condições precárias”, que estaria a simbolizar seu
renascimento). A proposição de uma jornada pessoal de autoconhecimento parece
coisa do Paulo Coelho. Luísa Pécora, que escreveu o artigo de distribuição, foi
ao “x” da questão quando lembrou que em nenhum momento o casal procurou as
autoridades:
Questionada sobre isso, a roteirista argumentou que muita
gente teme a polícia, enquanto o diretor explicou que pistas deixadas pelo
menino tranquilizam os pais. Está claro, porém, que a real razão de o próprio
Théo ir atrás do filho é uma só: poder lançá-lo em uma jornada de
autodescobrimento que Wagner Moura comparou a "Procurando Nemo". Moura não poderia ser mais feliz com a comparação.
É por isso que eu gosto do Wagner Moura. Tipo desassombrado,
é conhecido por sua gentileza e capacidade de rir de si mesmo. E das coisas que
faz. De qualquer modo, “A Busca” mostra que há espaço para o cinema
convencional no Brasil, e nem todas as histórias têm que ser sobre nossas
mazelas políticas, criminalidade ou lembranças amargas da ditadura militar. Que
eu espero que nunca seja esquecida, mas deixe espaço para produções comerciais
para simplesmente entreter o público. Para isso existe o cinema.
Com o “Último
Segundo”, do IG.