António
Portela.
Esta vida às vezes nos impõe dores que não entendemos. Por
que sabotamos a nós mesmos? Por que somos nossos piores inimigos, e os mais
ferozes adversários? Por que estendemos a longo percurso coisas que deveriam ser esquecidas? Que desconcerto é a comunidade dos homens!
Cada tentativa de aproximação leva inexoravelmente a
repulsa, ao desconforto e obrigatoriedade de sempre ter que se submeter aos
caprichos de outrem... Não há saída. Ficar só. Não. Não há felicidade sem
compartilhamento. Segue a vida. Ela te leva, queria ou não. Segue o rio que
deságua plácido no mar da solidão infinita.
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O António Portela é um lusitano de Vila Nova de Gaia. É um engenheiro civil tímido e introvertido. Meio revoltado, talvez. Tem ancestrais judeus e é muito religioso.