Em cima de minha casa há um terraço. Uma varandinha de um pequeno apartamento dos porteiros e empregados. Por questões de interesse pessoal, acabei por ter acesso a ele de vez em quando. Sinto o pulsar da Zona Norte do Rio, lá de cima. E antevejo as praias oceânicas situadas no outro lado dos contrafortes do Maciço da Tijuca.
Um grupo de nuvens passa rápido sobre o cenário. Têm a forma de um avião em voo baixo. Olho para oeste, e vejo as latitudes que me separam dela. Pouca coisa. Já vi no mapa. E as nossas latitudes quase coincidem. Mesmos graus, minutos diferentes, em linguagem cartográfica. Ela foi embora. A vida é magnífica e miserável na solidão. E eu tenho um terraço carioca para refletir.
Agosto de 2011