Por Sergio da Motta e Albuquerque
O centro de pesquisas de economia e negócios da Inglaterra informou
que o Brasil já não é mais a 6ª economia do mundo. Perdemos dos Ingleses,
graças à valorização extrema do dólar (11%) e ao desempenho medíocre de nossa
economia em 2012. Agora estamos em 7º lugar entre as maiores economias.
A Consultoria britânica acredita que “o dinamismo da nossa
economia fará com que o Brasil volte a crescer mais rapidamente e deverá voltar
a ultrapassar os britânicos em 2014”, informou o “Último Segundo” (26/12). Mas
a situação aqui não anda boa, do ponto de vista do planejamento. Infelizmente
tenho que concordar com o conservador periódico “Economist”, que registrou
nossa fragilidade de crescimento baseado no consumo e na apreciação das
commodities. A queda do preço das matérias-primas, o baixo investimento do país,
e mais as dificuldades do “custo Brasil” (segundo o jornal inglês, “burocracia,
impostos altos, crédito caro, infraestrutura em frangalhos e câmbio
sobrevalorizado fazem o país ser dolorosamente caro para negociar”).
Infelizmente, eles parecem ter razão. O governo Dilma sentou
em cima do pleno emprego e das políticas sociais e não fez mais nada. Foi como
FHC, que usurpou a estabilidade da moeda, conseguida por Gustavo Franco no
governo anterior ao seu, e também nada fez além de propagar a conquista de
outros com se fosse sua. A estabilidade da moeda veio no governo de Itamar
Franco. E viria de um jeito ou de outro. A estabilização monetária via dolarização era um fato inevitável.
O Brasil só ajustou-se a ela.
Não vamos crescer com tanta dependência das compras da China
em matérias primas. Não vamos crescer a gerar empregos de baixa qualificação e
sem a incorporação da inovação tecnológica. Não vamos crescer se não formos
ambiciosos e acreditarmos que podemos educar a nossa população. Precisamos de
engenheiros de produção com formação rápida para comandar linhas de montagens
da Ásia (que agora começam a chegar ao país, como a Foxconn, de Taiwan). Sem isso, não haverá crescimento nos setores de ponta, criação de
empregos qualificados e produção de bens de alto valor agregado.
Baixar a taxa de juros através dos brandes bancos estatais só
aumentará o endividamento das famílias. O poder de consumo das classes emergentes não basta para
alavancar o crescimento do país de modo contínuo e estável. Todo apoio as políticas sociais que tanto
favoreceram a população mais pobre, mas sem um planejamento mais ousado não iremos
adiante.