Professores armados e e o apresentador irado da CNN

                                                                    Por Sergio da Motta e Albuquerque



O repórter da CNN Piers Morgan (que nasceu na Inglaterra), vem travando um a batalha pessoal contra a facilidade que a população americana tem para armar-se até os dentes. Defensores da 2ª emenda (1791)  - aquela que garante a qualquer um o direito ao porte de armas - ameaçam expulsá-lo do país. E eu entendo a razão da turma.

Morgan tem sido agressivo, arrogante e mal-educado.  Seu comportamento como jornalista é francamente condenável em sua abordagem sobre o caso das armas na América. A revista "Mother Jones" (21/12) apresentou o vice-presidente da Associação Nacional do Rifle (NRA) a defender mair quantidade de armas nas mãos dos seguranças das escolas americanas. A mesma reportagem avisa que Columbine (1999) tinha sua própria segurança armada. E que a Virginia Tech (2007) tinha sua própria unidade "swat" dentro da universidade. Nada conteve os assassinos.

A revista acusou Wayne LaPierre, o vice-presidente da funesta organização de preparar uma sociedade paramilitar, onde o cidadão poderá colocar algumas "azeitonas" em qualquer pessoa que o ameace. Ele acusou a mídia de ser o principal culpado dos massacres perpetrados em sequencia nos Estados Unidos. Enquanto ele discursava e pedia mais armas um homem armado atirava à esmo numa estrada rural da Pennsylvania. Ele matou uma senhora que preparava a decoração de Natal de sua casa de 58 anos.

Walter Benjamin, o torturado (existencialmente) filósofo alemão, dizia que  o homem típico da sociedade capitalista moderna é o assassino frio. Levou tempo para que eu entender o que o homem quis dizer.

A verdade é que a 2ª emenda já caducou. Não há mais ameaça de um governo tirânico por lá que justifique a formação e legalização de milícias. A federação está consolidada (para o horror de muitos sulistas), e os ingleses há muito já abandonaram suas pretensões no continente. E o Piers Morgan esquece que não está num "reality show", mas numa emissora global de alta (média) credibilidade.