terça-feira, 23 de agosto de 2016

Eu e o Geneton




Fui visitar uma amiga e soube da morte do Geneton. Ele foi um dos meus professores anônimos e me ensinou que “jornalismo é contar a uma pessoa algo que ela não sabe” - Geneton era um contador de histórias. O choque de sua partida foi grande e minha companheira notou minha emoção. Nós dois (eu e o Geneton) somos da mesma geração. Gostávamos das mesmas músicas e também tínhamos em comum o sangue pernambucano.




Fonte: Mídia promocional do programa Observatório da Imprensa, TV Brasil. Wikimedia Commons
















Por favor esqueçam o parágrafo acima. É tudo mentira Ou quase tudo. Não quero mentir agora. Quero ser Geneton também. Fui a casa de minha mãe e lá eu soube da saída de cena do grande jornalista. O resto é real. Perdão , grande jornalista e caros leitores, por tentar iniciar uma homenagem sem fatos concretos. Mas, como ele foi um de nossos primeiros seguidores do “New Journalism” de Wolfe, Talese e Thompson, peço a devida vênia para tentar abordar um assunto desta forma mais humana e subjetiva.

Fui para casa e não mudei de roupa. Sentei ao computador e comecei a imediata leitura de suas entrevistas e narrativas. A TV ficou ligada em canal de esportes, por conta de uma Olimpíada que cativou o mundo e deixou um legado de saudades e alegrias efémeras. Li José Saramago, Gay Talese e Nelson Rodrigues. Parei as 3 da manhã. O resto deixei para depois. Seguirei lendo o Geneton. Não faço promessas, mas sempre recorri ao seu acervo pessoal e público de entrevistas - Geneton sabia ouvir e reptar. Em seu blog ele se declarou “agente-provocador”, e não jornalista. Depois parei e quedei meio hipnotizado pelo brilho vazio das telas em minha sala. Por algumas hora eu fiquei ali. Parado. Imóvel. Triste.

Não me interessam os detalhes de sua súbita partida. Geneton se foi. Cruzou o rio com seu gravador e suas fitas. Seu mundo ele legou a nós, um universo de narrativas históricas reunidas em entrevistas e “dossiês” da maior importância para a sociedade brasileira. Não sei para onde foi o grande jornalista, mas onde quer que seja ele seguirá perguntando. Sempre a acreditar que há uma boa história por trás de fatos ordinários. Ele sabe que a tendência dos homens é ocultar as grandes histórias da mesquinhez dos seus iguais. E que a vida é muito mais espantosa que a mais espetacular das fantasias da literatura e do cinema

Lembro de um artigo dele publicado no Observatório da Imprensa em uma edição em que eu também publiquei algo. Foi uma honra ler seu nome perto do meu. Geneton era generoso e sempre ajudou quem estudava jornalismo. Um dia foi obrigado a acusar um aprendiz mal-agradecido que o acusou de plágio. “Um jornalista só tem sua palavra”, disse ele em sua matéria, em meio a quase culpa que sentiu quando viu o desamparo de seu acusador no Tribunal - Geneton era um homem bom. Sinto muito nunca ter tido a chance de conhecê-lo. Não vou perguntar por quê, para que, ou a que serve a sua partida. “Ponto. Parágrafo”.

Obrigado, Geneton.

Moraes Neto era muito culto. Com aquele jeito simples ele enganava muita gente. Após uma ou duas horas de leitura fica muito claro que ele era um profissional completo e um intelectual do povo. Mesmo sem ser fotógrafo (somos de uma geração que partia do pressuposto que todo repórter também tinha que ser fotógrafo), ele dominava quase todas as modalidades de jornalismo: reportagens de rua, transmissões de rádio e TV, entrevistas, direção de TV e cinema. Geneton cursou cinema na Sorbonne. Nos últimos tempos acabou professor informal de seu colegas. Ele sentia nojo do mau jornalismo

É bom ler seu blog. Com aqueles erros que caracterizam esses diários eletrônicos, a leitura é mais viva e humana. Geneton deixou um legado precioso e sua morte me deixou perdido. Ninguém foi melhor que ele no Grupo. Ao diabo com o Grupo. Vá em paz, Geneton. Eu não sou digno de escrever sua elegia. Só tenho mais uma coisa a dizer : Geneton se foi sem ter tido a devida importância reconhecida. O Grupo nunca vai lhe fazer justiça, e eu peço a Deus que me faça errado. Porque é muito triste estar certo e ver uma injustiça acontecer em estado de impotência. Prefiro estar errado por completo, e ver a vitória do justo e certo sendeiro. Luminoso como o teu, Geneton.


                                          Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2016

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Documentário "A Revolução digital" - The Digital Revolution"

Assista o documentário apresentado pela Drª Aleks Krototsky, que mostra a evolução da web. Ela traz os maiores nomes da rede, como Tim Berners-Lee, e os presidentes das maiores companhias da internet, para entendermos como ela vem mudando nossas vidas. E como vem sendo transformada de uma grande empreitada coletiva internacional, num "jardim murado", que é propriedade das grandes companhias da web. Teria ela fugido de sua finalidade original? Onde nos leva a experiência com a internet?
Assista ele todo aqui:
http://topdocumentaryfilms.com/virtual-revolution/

Este abaixo é o episódio 1. os outros estão na mesma página (são 4 no total).

http://www.youtube.com/watch?v=NPD4Ep_J81k&list=PL114B076F2F7AA761&feature=player_embedded

"The Virtual Revolution" - Full Documentary here or on Youtube ( in 4 episodes). (see disclaimer below)

"Twenty years on from the invention of the World Wide Web, Dr Aleks Krotoski looks at how it is reshaping almost every aspect of our lives.Joined by some of the web’s biggest names – including the founders of Facebook, Twitter, Amazon, Apple and Microsoft, and the web’s inventor – she explores how far the web has lived up to its early promise". Watch the documentary here:

http://topdocumentaryfilms.com/virtual-revolution/ (full documentary)

This bellow is episode 1. The others (4) are in the same page.
http://www.youtube.com/watch?v=NPD4Ep_J81k&list=PL114B076F2F7AA761&feature=player_embedded

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