Dom Hélder Câmara e Frei Paulo Evaristo Arns, dois inimigos da escola pública na história da educação
Fonte: wikimedia commons |
Sergio
da Motta e Albuquerque
Foi um choque
descobrir que Dom Hélder Câmara (1909-1999), ex-arcebispo de
Olinda e Recife durante toda a ditadura militar (1964-1985),
simpatizante do nazismo, de Hitler e do integralismo de Plínio
Salgado, além de inimigo público da escola pública em até os anos
de 1970, teve a sua canonização aprovada por Roma. Em 2015.
Não é mais notícia, mas comentário pessoal.
Mais velho, Hélder
arrependeu-se, ou mudou de pensamento. Gostava muito de viajar a
Paris e fazer longos discursos em um francês perfeito de filho de
gente abastada. Era muito aplaudido. Falava contra a miséria,
declarava-se inimigo das desigualdades, era o campeão dos pobres por
lá. Por quatro vezes foi indicado ao Prêmio Nobel. Não ganhou
porque os premiadores conheciam seu passado. Dizem que a ditadura o
“entregou” aos noruegueses. Não acredito. Ele foi um homem conservador de uma igreja conservadora. Que depois virou herói dos diretos humanos. E muita gente esqueceu o passado. E a História da educação no Brasil
Também nos anos de
1950, o então Frei Paulo Evaristo Arns, que, anos depois, como
Bispo, celebrou o ato
ecumênico após o assassinato de Valdimir Herzog em 31 de
outubro de 1975, da mesma forma foi defensor do ensino privado e
inimigo da educação dos pobres. A História não perdoa. Registra.
Quem quiser pode ler aqui nesta
ligação (link). Vai levar o leitor à uma página da UNICAMP, a
Universidade de Campinas. O povo e a Igreja esquecem. Ou melhor, as
Igrejas. Dom Hélder já é santo, para a igreja presbiteriana episcopal (anglicana).
Quem apoiou o
nazismo não pode ser santo. Mesmo arrependido até o âmago.